domingo, 15 de agosto de 2010

Está chegando a hora...


Em tempos de superexposição, onde a padronização cultural é lei, comemoramos a delicadeza transgressora desse trabalho.

Literalmente, não pagamos para ver, pagamos para ouvir! E o fizemos prazerosamente, cuidando da memória, sempre, sem descuidar da revolução.

Nossos solos e terças, num gole ou embargo de voz, o primoroso cantar da Cristina ( Chefia! ) reuniu todos esses fantásticos compositores num chão de terra boa - de ares não condicionados - o terreiro! Terreiro Grande!

Ainda: valiosíssimo encontro de amigos! Na cara da desumanização, no vagar, ergue a escassa lamparina da utopia. Representando, sobretudo, nossa gratidão ao estado de graça maior que a música alcança: o samba!


Roberto Didio - Terreiro Grande

Confesso que em 2007, quando conheci Renato Martins e logo em seguida o outro irmão Roberto Didio, não tinha noção do quanto a minha vida estava prestes a mudar. Explico:

era uma quarta feira, já passava das 11 da noite, quando liguei pros dois, até então amigos virtuais, e disse que faria uma loucura: iria para São Paulo na quinta de manhã e voltaria na sexta bem cedo. Eu tinha que conhecer de perto o Terreiro Grande. E o fiz.

Cheguei no início da tarde e fui recebido com um abraço apertado do Renato no metrô. Logo em seguida fui apresentado ao Didio, que me recebeu de uma maneira muito especial e carinhosa, em sua casa.

Seguimos para a FECAP, e durante o show, aos prantos, me perguntava se aquilo era um sonho, se aquilo era verdade. E era.

O Terreiro Grande é a utopia de uma geração que carece do samba como manifestação cultural. O Terreiro é a forma de amigos da periferia de São Paulo se expressarem, sem maiores pretensões, é o brinde, a amizade em primeiro plano.

Tudo que eu sempre sonhei e idealizei na minha vida estava ali, naquele palco paulistano.

E hoje, depois de 3 anos, com muito orgulho, vejo essa nossa amizade se concretizar de uma maneira inédita. Será nesse sábado, dia 21 de agosto na Rua do Ouvidor esquina com Rua do Mercado. Era um desejo antigo fazer uma roda com eles e com a grande e indispensável Cristina Buarque no nosso pedaço, por isso peço que os amigos estejam presentes nesse momento.

Quem quiser entender um pouco o samba, entender porque falamos tanto na questão da rua, na questão da roda, é obrigado a comparecer.

No domingo, 22, eles estarão no melhor Iate Clube do mundo, o de Paquetá. Sugiro quem for deixar para ir no domingo mesmo, que pegue a barca das 10:30, porque depois só às 13:30, muito tarde para uma abrideira de domingo.

Àqueles que cansam de abrir a boca para falar besteiras, para criticar o que não conhecem, àqueles que adoram espalhar mentiras por aí, pra criar intrigas, pra gerar a desunião, um aviso:

A vinda do Terreiro Grande pra cá, é na raça, apenas com o apoio do Kamicase, o ÚNICO bar que nos apóia aos sábados, e do Iate Clube de Paquetá. Eles vêm pra cá pelo amor que têm ao samba, para homenagear um dos maiores compositores e sambistas de todos os tempos: Candeia. Antes de falarem qualquer coisa, tentem entender que o samba está no coração, que o samba está no espírito, que não é chapéu panamá nem cordão de contas que faz o sujeito sambista. Mirem-se no exemplo do Terreiro Grande. Mirem-se no exemplo do respeito à cultura, a única ambição ali é o samba, e essa ambição, diferente de outras, está em extinção nos dias de hoje.

Ps.: acabo de ser informado pela grande Cristina sobre outros parceiros dessa vinda do Terreiro pra cá. Pessoas maravilhosas que estão, sempre ao nosso lado e, por puro descuido, cometi a injustça de não citá-los.

São eles: Paulão, nosso fiel escudeiro na Ilha, responsável pelo nosso refúgio, o indispensável Bar do Paulão, ou da Tia Leleta ou do Zarur, como preferirem. A Dejane também está na correria por lá, e não poderia ter sido esquecida. Nosso querido Julio, fiel parceiro, como sempre colaborando pela cultura da Ilha. Segundo a Cristina, a Mari tá vendendo ingressos até para os mendigos da Praça XV. Ela também cuida das arrecadações da Confraria Etílico Musical de Paquetá, outra que apóia a causa.

Fora todos esses, nossa anfitriã principal já disse que comprou uma Boazinha, uma Seleta e uma garrafa daquele que é o nosso melhor amigo. Ele mesmo, o Pedro.

É isso! O fim de semana promete, e certamente o maior consumo de maracujás da América Latina nesse fim de semana será entre a Praça XV e a nossa querida Ilha de Paquetá.

Apareçam!

Ass.: Gabriel Cavalcante ( da Muda )

4 comentários:

Artur de Bem disse...

Quem pode, pode. Quem não pode, bate palma... clap clap clap!!

Salve, Gabriel!
Salve, Terreiro!
Salve, Cristina!
Salve, Candeia!

Não poderei ir, pq é aniversário da minha irmã, mas fica aqui meu abraço virtual pra vocês todos!!

Sucesso!

Eduardo Carvalho disse...

Gabriel:

você foi perfeito nas palavras. Brilhante. Eu entendo claramente o que você diz aqui.

Obrigado, meu irmão. Eu farei o impossível para estar presente!
Um beijo.

Anônimo disse...

alo gabriel

já tamo aquecendo os tamborins

Anônimo disse...

Salve !

Sábado tô lá !

E concordo plenamente:

Usar colar de conta é mole, quero ver ir pra macumba!
Usar chapéu é mole, quero ver puxar uma do Ismael!


Abraço a todos!
Totonho Paixão

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